So little time, so much to do...

Saturday, March 24, 2007

Sobre o dia em que eu nasci

Quer uma prévia de como vai ser meu aniversário?
Aí vai.
Vou acordar de manhã me sentindo esquisito.
Os que lembrarem vão me abraçar,mas eu não vou sentir nada no abraço deles. Não por achar que são abraços falsos. Porque eu mesmo não vou achar sentido nenhum naquilo tudo.
A graça do meu aniversário eu mesmo sempre tiro. Primeiro porque minha vontade sempre é ficar sozinho, mas eu ao mesmo tempo odiaria visceralmente que isso acontecesse.
Durante o dia eu ia querer fazer as coisas com se fosse um dia normal. Vou querer evitar que alguém venha e me deseje parabéns, não vou falar pra ninguém que é meu aniversário, como sempre faço, mas meu inconsciente vai insistir em querer os parabéns de todos os que eu passar pela frente.
Vão perguntar por uma comemoração e eu vou tentar sim, fazer alguma festa, só pra ver se dá certo ou pra pelo menos não me sentir culpado por nem sequer ter tentado.
À noite vou dormir sem sentir nada, só desejando que o dia acabe logo duma vez.
De fato o aniversário pra mim nunca foi algo horrível como é pra muitas pessoas. Eu acho que eu fico melhor quanto mais velho. Mas ao mesmo tempo eu acho esquisito o dia do nosso aniversário. É como se fosse um dia fora do tempo. Como se você estivesse na esperança de algo extraordinário, revolucionário, incomensurável acontecesse e toda a sua expecativa se frustrasse. A coisa não chega.
Você espera que o dia seja maravilhoso, inesquecível, o melhor dia do ano, mas aí no fundo sabe que achar isso é uma bobagem e... se sabota. Por isso o dia acaba e nunca é tudo isso mesmo.
Às vezes acaba fazendo tudo, bolo, pizza, festa, porque todo mundo e até você mesmo espera que faça isso. Não interessa se está feliz ou não.
Às vezes você está feliz sim, por saber que sobreviveu a mais um ano, e faz tudo com muita vontade.
Mas às vezes você (como eu sempre faço) nem se importa se está ficando mais velho ou não e se aproveita da ocasião só pra ver as pessoas que você mais gosta todas ao mesmo tempo e confirmar que elas realmente gostam de você.
Quando dá certo, daí fazer aniversário vale a pena, pois não existe melhor presente do que saber que seu amor é correspondido.

Thursday, March 15, 2007

Carta-tentativa-de-última-explicação

Espere que um dia eu confirme que o que eu estou fazendo é o melhor pra nós dois...

Deixe as coisas acontecerem; minhas palavras agora (e desde um certo ponto de nossa trajetória) já são inúteis uma vez que você já não as considera nem compreende mais.

A partir de agora vou fazer e não falar, quem sabe assim você acredita em mim.

Acabei de perceber: Você ainda não sabe quem eu sou. Aliás nem você nem ninguém nunca souberam.

Não porque eu me esconda sobre alguma capa, mas porque ao contrário das palavras, é fora do contexto que eu faço algum sentido. E é nas pequenas sutilezas (como quando sem querer eu chorei na sua frente) que se pode juntar as minhas partes. Pelo visto o seu amor te deixou tão míope (ou cego, sei lá) que você misturou as peças e não soube separar o que sobrava do que fazia parte do essencial. Talvez seja essa diferença entre o seu e o meu amor: o seu te cegou e o meu só fez com que eu enxergasse melhor. Talvez eu esteja enganado.

Você trocou minhas partes pelo meu todo. Erro seu; mas eu não te condeno, porque não se pode condenar quem ama.

A única coisa que eu te pedi foi não olhar as coisas somente pelo seu ponto de vista, o problema é que você pensou que eu te pedia isso pro meu bem, mas era pelo seu.

Vou te contar uma coisa: o meu amor só é posto à prova depois de um tempo e todos aqueles que entenderam que eu não sou deles até hoje tem o meu amor. Eles souberem ter paciência e esperar – (me esperar) - porque eu sou assim: eu vou, mas nunca deixo de voltar.

Existem muitas formas de amar, mas pra mim todas elas são absolutamente iguais e vem do mesmo lugar. Se quer amor, você sempre terá, o resto eu nunca garanto.

Não sou igual às outras pessoas e se por acaso você me ama por causa disso então precisa estar disposto a pagar o preço por isso. Se não, não se preocupe, a gente sempre acha alguém que pensa como nós, e no seu caso, acho que não vai ser tão difícil assim.

Como você pode ver, as distâncias não são apenas geográficas. E ,além disso, as pessoas não estão numa linha reta e única onde cada uma está num diferente estágio, portanto nunca diga que um dia eu chegarei a ser você ou que você um dia já foi eu.

Minha trajetória é única e particular e não tem nada a ver com a de ninguém.

Esta é a última vez que eu tento te explicar algo, eu espero que tenha me entendido.

Passar bem.

...

Te amo.

Ass.: Eu